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Arquitetos: Tomoaki Uno Architects
- Área: 189 m²
- Ano: 2021
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Fotografias:Yasuo Hagiwara
Descrição enviada pela equipe de projeto. O local deste projeto fica em uma área residencial de luxo, com vegetação exuberante, próxima da Universidade de Nagoya e da Universidade de Nanzan. Eu já havia projetado uma clínica para o cliente antes e este era meu segundo projeto. Portanto, levando em conta a experiência com o cliente, comecei a projetar uma casa em concreto imediatamente.
O pedido ou missão mais importante deste projeto foi a utilização de um método tradicional de alvenaria chamado no Japão de alvenaria de campo. No início, pensei nessa técnica apenas pela sua aparência de acabamento. No entanto, à medida que aprendi mais sobre o método tradicional de alvenaria e seu uso, percebi que não estava pensando corretamente e fiquei perdido por um tempo.
Originalmente, a alvenaria japonesa era usada para fundações de castelos e paredes de pedra. Nunca foi feita para se integrar à arquitetura. O propósito e as origens das ruínas eram totalmente diferentes daquelas da América do Sul. Portanto, não havia exemplos passados para serem usados como referência. Além disso, a alvenaria japonesa se deturpou gradualmente à medida que foi empregada, ao longo dos anos.
Esta é provavelmente a maneira mais racional de empilhar alvenaria para o uso pretendido na longa história do Japão. Eu me senti muito incomodado e desconfortável em usar essa alvenaria tradicional japonesa como parte de um edifício de propósito diferente. Eu não conseguia me livrar da sensação estranha de que estava destruindo a tradição e passava muito tempo sem progredir no projeto.
Foram as pirâmides de Tenayuca (México) que me tiraram desse impasse. Não pode se falar que era possível tirar algum apelo estético, mas é uma forma bastante plástica em comparação com a alvenaria japonesa. No momento em que tive a ideia de recriá-la com alvenaria tradicional japonesa, a névoa que pairava sobre o projeto instantaneamente se dissipou e pude prosseguir com o projeto sem problemas a partir de então. Como resultado, foi criada a primeira pirâmide japonesa e com técnica japonesa. A diferença é que seu interior não é a sala do sarcófago, mas a sala de estudo do cliente.
Porém, após o início do projeto, a alvenaria voltou a nos assombrar. Foi sua presença avassaladora e a realidade desta alvenaria. Claro que o projeto já havia levado isso em consideração, mas quando vimos as enormes pedras à nossa frente, tudo parecia pobre visualmente. As faixas de cobre planejadas foram todas substituídas por ferro volumoso e deixadas nuas. Isso levou a troca dos materiais e detalhes da textura do piso e das ferragens. O resultado final é bem diferente da arquitetura de quando assinei o contrato, mas acho que consegui fazer a melhor escolha com flexibilidade, aproveitando o fato de eu mesmo ter realizado esse projeto.
O plano geral é dar uma sensação de abertura à sala, protegendo o espaço privado, envolvendo os dois jardins com uma pirâmide e um espaço privado.